A proteção para imóveis financiados; relato de vítimas sobreviventes da catástrofe; como ajudar e informações sobre pontos de coleta na cidade de Belo Horizonte
Há 83 anos, o Rio Grande do Sul vivenciava sua maior cheia que chegou a 4,76 metros, com seu foco em Porto Alegre, após o lago Guaíba dar sua primeira assustadora aparição na capital, deixando pessoas sem meios de comunicação, água potável e às escuras por 32 dias, quando a margem finalmente atingiu um nível seguro de 3 metros.
Segundo as últimas notícias publicadas pelo site G1, em comparação com a tragédia no domingo (5), onde a cheia atingiu o nível assustador de 5,33 metros, 50 centímetros acima de uma margem histórica da década de 1940. No último domingo (12), O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais emitiu um alerta de riscos hidrológicos e geológicos causando mais uma atenção no estado.
De acordo com o último boletim da Defesa Civil do Rio Grande do Sul, o número de vítimas fatais já chega a 147, nesta segunda-feira (13), enquanto outras 127 pessoas permanecem desaparecidas. No meio de uma triste e fatídica realidade gaúcha que desampara famílias e animais, acompanhe relatos de vítimas sobreviventes, informe-se sobre como ajudar e veja como funciona o seguro de imóveis financiados atingidos na enchente.
O início da tragédia
No sábado, 27 de abril, a chuva que não parecia típica do clima na cidade do Rio Grande do Sul assustou os gaúchos com forte granizo em alguns municípios do Vale Rio Pardo. Após o aumento da intensidade em diferentes pontos da região, no dia 29 o Inmet emitiu um alerta vermelho para metade do estado, que representava grande perigo e risco a saúde.
Fonte: Arroio Grande, na RS-287 em Santa Maria
Em 30 de abril, estradas começaram a ser arrastadas, causando as primeiras mortes na cidade do Rio Grande do Sul, quando dois homens foram levados pela forte corrente de água em Pavemara, pequeno município que pertence ao Vale do Taquaril. Segundo o site G1, a cheia foi se formando nos vales dos rios Taquari, Caí, Pardo, Jacuí, Sinos, Gravataí, atingindo mais de 400 cidades, além do Guaíba, em Porto Alegre.
Relatos de sobreviventes que estiveram frente à catástrofe
No ano de 1941, o Rio Grande do Sul testemunhou uma das maiores cheias do Guaíba, um evento incomum que também marcou o mês de maio. Naquela época, o rio atingiu a marca de 4,76 metros, marca que foi superada pelos impressionantes 5,33 metros registrados às 07 horas da manhã, no dia 05 de maio.
Dos temporais que já causaram mais de 100 mortos, deixando cerca de 619 mil pessoas desabrigadas até agora, o idoso que enfrentou os dois fatos históricos na cidade do Rio Grande do Sul conta, em entrevista para a TV Globo, como a progressão da água se distingue do ocorrido em 1941:
Naquela época encheu lento. Subiu devagar. Não teve essa mortandade que tem como essa de agora.
Fonte: Diz o sobrevivente Alfredo durante a entrevista para a TV Globo, publicado através do site G1.
Alfredo destaca que uma das principais diferenças do ocorrido na década de 1940 para a cheia de 2024 foi por sua velocidade, onde a água chegou de forma impiedosa, arrastando famílias, animais e tudo o que pudesse haver pela frente, transformando-se rapidamente em uma das maiores tragédias climáticas na cidade do Rio Grande do Sul.
De acordo com outro relato na rede social X, o antigo Twitter, a sobrevivente que mora no quinto andar em Lajeado, um dos municípios afetados, abandonou o prédio com seu bebê, sua irmã de 18 anos e seu animal de estimação com medo da impossibilidade de locomoção. Segundo a vítima descreve em suas redes sociais, ao sair às pressas do apartamento, a água que parecia só estar chegando, já estava acima do seu joelho:
Os vizinhos que permaneceram no prédio, ficaram presos. A água subiu nível por nível – os andares no meu prédio não ficam emparelhados – sobem de “meio a meio”, de modo que o 103-104 é acima do 101-102, que é acima do 01-02. O 201-202 está acima dos demais. A água engoliu todos eles, só parou no 203.
Fonte: https://twitter.com/arianedocarmo/status/1788583982101139673?s=46&t=-dMVkS4BhKxySMJzW56Qlg
Conta a sobrevivente que narrou detalhadamente sua luta por sobrevivência diante do risco iminente a própria vida e a vida da sua família. A vítima também lamenta sobre a falta de suporte do governo e das autoridades diante de situações urgentes, deixando a cidade em completo desamparo.
Na manhã desta segunda-feira (13), em Porto Alegre, o nível do lago Guaíba alcançou seus 4,8 metros. De acordo com o Instituto de Pesquisa Hidráulica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, há grandes chances de que o lago possa ultrapassar 5 metros, batendo um recorde de 5,5 metros nos próximos dias.
Seguro para imóveis financiados
O DFI (Danos Físicos ao Imóvel) é um seguro oferecido pelos bancos que cobre danos físicos ao imóvel, sendo originalmente causado por eventos internos, ou externos, como incêndios, inundações, tempestades, deslizamentos de terra e outros desastres naturais que prejudiquem a estrutura da propriedade.
Em casos de desastres climáticos, como os que ocorrem desde o dia 27 de abril no Rio Grande do Sul, onde as inundações trazem danos catastróficos as estruturas das moradias, o seguro DFI pode fornecer uma rede de segurança financeira para os proprietários que muitas vezes desconhecem esse benefício durante a compra do imóvel.
Se você é um dos afetados pela tragédia das cheias no Rio Grande do Sul e precisa de orientações sobre o que fazer com o seu lar que sofreu os efeitos climáticos avassaladores, entre em contato com as centrais de atendimento dedicadas ao seguro habitacional e residencial do banco em que você realizou o financiamento do imóvel.
Como ajudar o Rio Grande do Sul
Em Belo Horizonte, várias organizações e empresas privadas uniram esforços para dar suporte as famílias e aos animais que hoje sofrem com perdas ou a falta de um lar devido as inundações no Rio Grande do Sul.
O que você pode doar
- Alimentos não perecíveis, sendo aqueles que podem ser preservados por períodos longos, como: arroz, feijão, macarrão, fubá, milho, leite em pó, água potável.
- Roupas: camisa, blusa de frio, calça moletom, cuecas, calcinhas.
- Produtos de higiene pessoal: pasta de dente, escova de dente, absorventes, sabonete, desodorante, shampoo, toalhas de banho.
- Para acomodação: lençóis, travesseiro, cobertor, colchão.
- Ração para os animais, lembrando que cães e gatos possuem uma diferente alimentação nutricional.
- Para bebês e crianças, doem: mamadeiras, fraldas, roupas, meias, luvas, toucas, brinquedos, sapatos, chinelos, cuecas, calcinhas.
Antes de doar, certifique-se de que o item esteja em ótimas condições.
Onde doar nas regiões sul e centro-sul
- Imobiliária Sava Invest em Belo Horizonte: Av. Barão Homem de Melo, 4391 – Estoril – Sala 1003
- SERVAS: Av. Cristóvão Colombo, 683 – Funcionários
- Jardim Country Club: Rua Cláudio Manoel, 1.185 – Funcionários
- Petz: Unidade Nossa Senhora do Carmo, 1448 – São Pedro
- Leroy Merlin: Av. Nossa Senhora do Carmo – São Pedro
- ALMG: Rua Rodrigues Caldas, 30 – Santo Agostinho
- Academia Pratique: Rua Michel Jeha, 178 – São Bento
Pix para doações
- Prefeitura de Porto Alegre, CNPJ: 92963560000160
- Ministério Público gaúcho, CNPJ: 25404730000189
- Associação do Ministério Público do RS, CNPJ: 87027595000157
- Rede de Bancos de Alimentos do RS e Bancos Sociais, CNPJ: 04580781000191
Antes de efetivar a transação, certifique-se de que está originada para os órgãos acima.
Doação para movimentos sociais que tratam de alimentação
- Missão Sementes de Solidariedade, da qual o Movimento dos Pequenos Agricultores e das Pequenas Agricultoras (MPA) faz parte. As doações são destinadas via PIX para a conta da Cáritas Brasileira, a chave é o CNPJ: 33654419/0010-07.
- O Movimento dos Atingidos e Atingidas por Barragens (MAB) está atuando em diversas frentes. Ao mesmo tempo em que está nos territórios acompanhando em especial a situação das barragens que estão se rompendo e apurando a responsabilidade de estados e empresas nestes casos, tem mobilizado sua militância na implantação de Cozinhas Solidárias junto com o Movimento dos Trabalhadores e das Trabalhadoras Sem Teto (MTST). Doações via PIX podem ser encaminhadas para o CNPJ: 733164570001-83.
Doações para a causa animal
- O GRAD — Grupo de Resposta a Animais em Desastres — é um time especializado treinado para resgatar animais que se encontram em situação de perigo. PIX para doações: doe@gradbrasil.org.br Doações via cartão de crédito: doe.gradbrasil.org.br
- A ativista da causa animal, Deise Falci atua desde 2008 no resgate de animais. Sua equipe participa de salvamentos de animais de animais em situação de perigo extremo. Pix: deisefalci@gmail.com
- O Farms Dog Hotel foi fundado pela gaúcha Ana Carolina de Oliveira e atua como uma hospedagem para abrigar animais de estimação durante a ausência de seus tutores. Desde o início das chuvas no Rio Grande do Sul, o estabelecimento vai atuando no resgate e salvamento de animais. Pix: farmsdoghotel@gmail.com
- O Meu Bicho Tá Salvo é um perfil criado durante as chuvas para divulgar os animais resgatados durante a enchente. O grupo não responde mensagens enviadas no direct, funcionando mais como um canal de divulgação de vaquinhas e de imagens dos animais encontrados.
- O grupo Gatos da Corte de Novo Hamburgo não se identifica como uma ONG, mas auxilia na coleta de doações, divulgação de pets procurados e encontrados e ajuda os bichinhos a encontrarem um novo lar. PIX: ajudagatosdacorte@gmail.com
Nós da imobiliária Sava Invest estaremos recebendo doações para os animais e pessoas vítimas das cheias do Rio Grande do Sul de segunda a sexta-feira, no horário comercial de 08h às 18h. Em caso de dúvida, entre em contato através dos nossos canais, como o WhatsApp ou Instagram.
Sua contribuição para o Rio Grande do Sul neste momento de crise fará muita diferença para as diversas famílias e animais afetados pela fatídica enchente que ainda paira pelas terras gaúchas, sem previsão para se dissipar. Faça parte desse momento e contribua do modo que estiver ao seu alcance, oferecendo doações, suporte financeiro ou se voluntariando.